segunda-feira, 9 de abril de 2012

Você sabia? - Centenário do Mazzaropi

Quem não se lembra do andar desengonçado do Jeca Tatu que parecia estar sempre com as botinas lhe apertando os calos? Do Jeca capaz de arrancar boas gargalhadas e, outras vezes, lágrimas do mesmo espectador.
Na minha juventude (época em que nos preocupamos tanto com o que os outros vão pensar ou dizer a nosso respeito) assisti a muitos dos seus filmes. Carmen Luíza e eu pagávamos seu irmão pequeno para ficar na fila enorme e comprar nossos ingressos. Ir ver o Mazzaropi era, como se diz hoje, pagar mico. Ficávamos sentadas em um banco da Praça Santa Rita como quem não quer nada. Com os ingressos na mão, olhávamos para nos certificarmos de que não havia ninguém conhecido por perto e entrávamos. Ríamos a valer e na saída novamente tínhamos toda a cautela para não sermos flagradas cometendo tamanho delito.
Como a maturidade nos transforma! Hoje, iria ao cinema tranquilamente e veria tudo com outros olhos. Estaria analisando e questionando o porquê daquele personagem ser capaz de atrair pessoas de todas as classes e idades. Pensando bem, acho que é porque todos nós somos um pouco Jeca Tatu. Ainda bem!!!

Centenário do Mazzaropi

Amácio Mazzaropi (São Paulo, 9 de Abril de 1912 – São Paulo, 13 de Junho de 1981)

Sua importância para o cinema nacional vai além do personagem Jeca Tatu que criou em 1960. Foi um cineasta, produziu filmes por conta própria e montou os maiores estúdios da América Latina nos anos 1970. É justamente esse lado empreendedor, menos conhecido do público em geral, que torna a figura do ator, diretor, roteirista e produtor tão mais interessante. Em três décadas, Mazzaropi fez 32 filmes.
Estreou no cinema em 1952, com Sai da frente, na lendária Vera Cruz. Na companhia cinematográfica de Franco Zampari ainda faria duas produções. Com a decadência da Vera Cruz, filmou em outras produtoras. Até que, no final dos anos 1950, decidiu criar sua companhia, PAM (Produções Amácio Mazzaropi), filmes e passou, a partir de Chofer de praça, a produzir e distribuir os próprios filmes. Em 1961, criou em Taubaté, interior de São Paulo, seu estúdio de gravação, inaugurado com Tristeza do Jeca (1961), seu primeiro filme em cores.
Acreditava que cinema era diversão e era com este pensamento que fazia seus filmes. Incorporou o caipira no sentido maior. Pode ser de São Paulo, Minas Gerais ou de qualquer lugar do mundo, o Jeca universal, o matuto. Com seus próprios filmes, atingiu audiências de 3 milhões de pessoas. Era um cinema popular, de entretenimento.

Homenagem ao mestre

Mazzaropi chegou a Taubaté com os pais, o imigrante italiano Bernardo Mazzaropi e a portuguesa Clara Ferreira, aos 2 anos. Passou a maior parte de sua vida na cidade do interior de São Paulo. Hoje, ela o reverencia. Por meio do Instituto Mazzaropi, fundado em 2000, mantém o Museu e o Hotel Fazenda Mazzaropi. Os dois espaços foram adaptados no lugar onde Mazzaropi criou, na década de 1970, os estúdios da PAM Filmes.
A cidade paulista promove a Semana do Centenário Mazzaropi, que será realizada de 09/04 a 13/04. Mais informações: www.centenariomazzaropi.com.br.
(Fonte: baseado em texto de http://www.divirta-se.uai.com.br)

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