sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Na vitrola aqui de casa - Meu jardim

Pátria Minas - Em filme polêmico, diretor mostra lei "absurda" do queijo de Minas

Em filme polêmico, diretor mostra lei "absurda" do queijo de Minas

O cineasta Helvécio Ratton fez o documentário "O Mineiro e o Queijo", que estreia nesta sexta-feira (30), não apenas por causas políticas. Motivos não o faltaram, já que os queijos artesanais de Minas Gerais --por serem feitos com leite cru-- não podem ser vendidos no resto do país devido a leis higienistas, consideradas obsoletas (datam de 1952), que acabam favorecendo as grandes indústrias de laticínios.
Mineiro criado na região do Serro, Ratton o fez também por causas afetivas, para mostrar que o queijo de minas é não só questão de sobrevivência, mas de identidade cultural. O diretor percorreu fazendas, conversou com produtores e registrou o modo de fazer a iguaria mineira em três regiões do Estado: a Serra da Canastra, o Vale do Paranaíba e a própria região do Serro.
Leia abaixo a entrevista com o diretor do filme:

Guia Folha - O mineiro tem uma ligação afetiva com o queijo. Você inclusive?
Helvécio Ratton - Claro. Eu morei, quando criança, na região do Serro. Eu tinha cerca de cinco anos de idade e me lembro de meus pais irem até as fazendas experimentar os queijos; a gente recebia em casa também, aprendi com minha mãe a cultura do queijo. E na minha casa sempre teve queijo, eu guardei essa relação de afeto com o queijo de minas, de gostar dele. E também de perceber como ele foi --e ainda é-- importante na formação de Minas Gerais, pois ajudou os moradores a se fixarem na terra, e faz isso até hoje.
É falado no filme que o queijo faz parte da identidade cultural, da própria autoestima do mineiro...
Faz parte sim, e os produtores consideram que são guardiões de um saber. Este conhecimento chegou às mãos deles, e eles são respeitados por isso. O pessoal da Serra da Canastra é impressionante, há um personagem do documentário que diz "fazer queijo, pra mim, é uma honra."
Você teve algum problema para conseguir os depoimentos de trechos mais polêmicos do documentário, como os produtores que vendem ilegalmente para São Paulo e o Rio?
Na verdade, eu não tive problema, eu protegi esses produtores. Eles não tinham ideia da gravidade das declarações que estavam me dando. Não coloquei o rosto da pessoa que deu essa declaração, mas ela gravou de cara limpa, sem se preocupar. Eles se abriram muito com a gente por se identificar com o que estávamos fazendo. Eles sabiam que era algo que ia lançar uma luz sobre a situação deles. Mas eles precisavam de proteção, pois o que eles fazem é algo contrário a lei.
E você pretende continuar lutando por essa causa?
Eu quero que eles tomem o filme pra eles. Meu negócio é cinema, o deles é fazer queijo. Eles gostaram muito, os produtores foram à sessão em Belo Horizonte. Era a primeira vez que eles entravam numa sala de cinema, eles estavam fotografando a sala. Não tem mais sala de cinema do interior. Eles estavam loucos, se viram na tela grande, é diferente de se ver no monitor de vídeo.
Pra quem você fez o filme?
Eu queria que, em primeiro lugar, o público visse o filme, pra se informar de uma situação absurda. A primeira condição pra que você possa mudar uma realidade é que as pessoas se informem. E, em um segundo momento, que as autoridades vejam o filme e respondam aos questionamentos que são feitos. O documentário tem uma proposta dupla de informar e polemizar, e de questionar se as restrições que existem até hoje são justas. É importante que a gente saiba porque isso é assim e, se for o caso, porque deve continuar assim.
(Fonte: CLARA MASSOTE e DEBORAH COUTO E SILVA - Folha de São Paulo em 30/09/2011)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Zenzando na rede

Minas são muitas - Lima Duarte

“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)

Lima Duarte

Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores (Foto do Miguel)

Região: Zona da Mata
Padroeira: Nossa Senhora das Dores
Festa da Padroeira: 15 de Setembro

Localização


História

O povoamento de Lima Duarte é um dos mais antigos de Minas Gerais. Suas origens remontam aos fins do século XVII. A mais velha referência a respeito tem a data aproximada de 1692 e ocupa-se da "bandeira" que tinha , como capelão o padre João Faria Filho, vigário de Taubaté e um dos pioneiros dos descobrimentos de Ouro Preto.
João Faria Filho encontrou ouro no Rio do Peixe. Desse descobrimento, Bento Corrêa De Souza Coutinho deu notícia ao Governador–Geral do Brasil na Bahia , Dom João de Lencastre, através de carta de 29 de julho de 1694. Iniciou-se o seu povoamento com a migração de colonizadores audazes, vindos de São Paulo, Rio de Janeiro e de Portugal.
A região no entanto permanecia isolada durante décadas seguidas, porque os proprietários das terras assim o queriam, a fim de contrabandear ouro.
O fato no entanto foi levado ao conhecimento de Dom Rodrigo José de Menezes, governador de Minas Gerais, que então interditou as terras redistribuindo-as aos mineradores ali residentes, dos quais passou-se a cobrar impostos sobre o ouro extraído.
Em 1715 dezenas de pessoas já habitavam a região de Ibitipoca pagando onerosos tributos à Fazenda Real pela posse de extensas glebas, datas minerais e escravos, parte do processo colonizador.
Cresceu o povoamento, em 1740 surgem as primeiras povoações à margem do Rio do Peixe e em 1839 a povoação foi elevada a Distrito de Paz. Em 1859 foi concedido o título de Freguesia ao povoado do Rio do Peixe. Em 1881 era discutido na Assembléia Provincial, o projeto que criava o Município do Rio do Peixe e elevava, consequentemente, esta povoação à categoria de Vila.
Em 1884 foi instalado solenemente o Município com o nome de Lima Duarte, como justa homenagem ao eminente Conselheiro José Rodrigues de Lima Duarte, político de Barbacena, que na época era Ministro da Marinha e Senador do Império.

Datas Históricas

1859 – Criado o Distrito com a denominação de Nossa Senhora das Dores do Rio do Peixe, subordinado ao município de Barbacena.
1881 - Elevado à categoria de vila com a denominação de Rio do Peixe, desmembrado de Barbacena.
1884 – Elevado à categoria de cidade, sob o nome de Lima Duarte.

O município

Lima Duarte é um município do estado de Minas Gerais. Ocupa uma área de 848,56 km² e sua população, em 2010, era de 16 149 habitantes.
cidade conta com vários atrativos de valor histórico e cultural, como o Calçamento de Paralelepípedos da Praça Juscelino Kubitschek, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, projetada pelo arquiteto alemão Carlos Baumgratz, sendo inaugurada oficialmente em abril de 1988; a Capela de São Domingos de Gusmão da Bocaina, construída em estilo barroco no começo do século XX; a Igreja de São Sebastião da Rancharia, construída em estilo colonial; a Igreja Matriz de Conceição de Ibitipoca, cujas obras, feitas no século XVII, foram executadas por um grupo de ricos fazendeiros e mineradores da região; a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios de Mogol, erguida juntamente ao povoado de Mogol, durante o século XVIII; a Igreja de São Sebastião do Monte Verde, cuja construção é datada de 1880 e a Igreja Nossa Senhora do Rosário de São Domingos da Bocaina, reerguida no início do século XX, no arraial de São Domingos, após ser demolida na Fazenda Cedro e transportada para o sítio em que se encontra.
Dentre os atrativos naturais, destaca-se o Circuito Serras do Ibitipoca, localizado no Parque Estadual do Ibitipoca com diversas montanhas, cachoeiras e trilhas para caminhada, além de vistas panorâmicas dos vários morros que compõem a paisagem do lugar.
Maior produtor regional de milho e segundo rebanho leiteiro da região.
(Fontes: IBGE, ALMG, http://www.limaduarte.com/)

Serviço - Estradas do sul de Minas ganham 10 radares nesta quarta; confira onde eles estão

Estradas da região ganham 10 radares nesta quarta; confira onde eles estão

Dez radares passam a funcionar no Sul de Minas a partir desta quarta-feira (28) nas estradas estaduais. Em toda Minas Gerais, serão 18 equipamentos que entrarão em operação. A velocidade máxima permitida será de 60 quilômetros por hora nos trechos onde eles estão instalados. Até o final do ano, a previsão é que o número de equipamentos chegue a 196 em Minas.
Confira onde estão os radares que começam a operar:
MG 179 - São João da Mata, Km 79,2 e 79,5 (nos dois sentidos)
MG 290 - Inconfidentes, Km 43,0 e 43,3 (nos dois sentidos)
MG 290 - Ouro Fino, Km 51,5
MG 450 - Guaxupé, Km 8,5
MG 453 - Machado, Km 7,5
MG 455 - Andradas, Km 30,2
MG 158 - Passa Quatro, Km 20,8
MG 173 - Cachoeira de Minas, Km 7,1
Os outros radares estão na região do Alto Paranaíba, Região Metropolitana de Belo Horizonte e Região Central do Estado. Ainda está previsto a instalação de radares em rodovias federais da região. Esses radares já foram instalados, mas ainda não estão funcionando.

Confira a localização dos novos radares no Sul de Minas:
Na BR-459, os equipamentos estão no quilômetro 164, em Itajubá. Em Piranguinho, no 136 e 156. Já em Santa Rita do Sapucaí, o radar fica no quilômetro 124. Em Pouso Alegre, no 95 e no 108 e em Congonhal, nos quilômetros 84 e 86.
Na BR-267, os radares vão estar nos quilômetros 497, em Bandeira do Sul, no 482, em Campestre e no 438, em Machado.
Na BR-146, os equipamentos estão nos quilômetros 491, em Botelhos e no 471, em Cabo Verde.
Na BR-491, os radares estão em Elói Mendes, no quilômetro 228 e no 38 em Monte Santo de Minas.
Em todos esses pontos de fiscalização, a velocidade máxima permitida será de 60 quilômetros por hora. Além dos radares, serão instaladas lombadas eletrônicas em Itajubá e Machado, com velocidade máxima de 40 quilômetros por hora.
(Fonte: EPTV em 28/09/2011)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Historinhas - Identidade

Identidade

As marcas que trazemos pelo corpo - (a queda da mangueira da casa da avó estampada no joelho, o tombo da bicicleta desenhado no tornozelo ou a vacina de varíola que “pegou” parecendo uma estrela no braço direito) - são como nossa impressão digital. Elas nos fazem únicos, indivíduos.
Mas as cicatrizes da alma, as alegrias e as tristezas, - (o abandono do primeiro namorado, o diploma sonhado, a dor pela perda de alguém muito querido, a espera de um filho, a notícia que não queríamos saber) – estas, só nosso próprio coração conhece. Sabe quando sangra e quando seca a ferida. Elas nos tornam plurais, parte da humanidade.

Em poucas palavras - Graciliano Ramos

Mais uma vez "roubando" coisas da Maria Helena Rubinato...

“Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício. Acho medonho alguém viver sem paixões.” (Graciliano Ramos)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gostei... - Tapasya

Certa vez um homem quis irritar um santo. Começou insultando-o:
_Seu velhaco imundo, está vendo quantas pessoas foram arruinadas pelos seus ensinamentos?
O santo permaneceu calado, sorrindo para quem procurava atormentá-lo.
_Não entende minha língua? perguntou o homem.
_Sim, claro.
_Quer dizer que entende meus insultos? disse o homem incrédulo.
_Entendi.
_Como pode ficar calado?
Respondeu o santo:
_Filho, suponhamos que me trouxesse alguma fruta e eu a recusasse. O que você faria?
_Teria de levá-la de volta.
_Sim, continuou o santo. Do mesmo modo, não aprecio nenhuma dessas coisas que você me trouxe. Assim, pode levá-las de volta.

Na vitrola aqui de casa - Ben

Fragmentos - "O Ovo Apunhalado"

Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê.
(Caio Fernando Abreu em “O Ovo Apunhalado”)

Ninguém vive sem um pouco de poesia - Cecília Meireles

Conheço a residência da dor


Conheço a residência da dor.
É um lugar afastado,
Sem vizinhos, sem conversa, quase sem lágrimas,
Com umas imensas vigílias diante do céu.

A dor não tem nome,
Não se chama, não atende.
Ela mesma é solidão:
Nada mostra, nada pede, não precisa.
Vem quando quer.

O rosto da dor está voltado sobre um espelho,
Mas não é rosto de corpo,
Nem o seu espelho é do mundo.

Conheço pessoalmente a dor.
A sua residência, longe,
Em caminhos inesperados.

Às vezes sento-me à sua porta, na sombra das suas árvores.
E ouço dizer:
"Quem visse, como vês, a dor, já não sofria".
E olho para ela, imensamente.
Conheço há muito tempo a dor.
Conheço-a de perto.
Pessoalmente.
(Cecília Meireles)

Pátria Minas - O crachá

Um agente da Polícia Federal vai a uma fazenda, em Formiga, MG, e diz ao dono, um velho fazendeiro:
- Preciso inspecionar sua fazenda por suspeita de plantação ilegal de maconha!
O fazendeiro diz:
- Sim, senhor, mas não vá naquele campo ali - e aponta para uma certa área.
O agente, enfurecido e cheio de arrogância, grita indignado:
- O senhor sabe que tenho o poder do governo federal comigo?
E tira do bolso um crachá mostrando ao fazendeiro:
- Este crachá me dá a autoridade de ir onde quero, e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? Me fiz entender?
O fazendeiro todo educado pede desculpas e volta para o que estava fazendo.
Poucos minutos depois o fazendeiro ouve uma gritaria e vê o agente do governo federal correndo para salvar sua própria vida perseguido pelo "Santa Gertrudes", o maior touro da fazenda.
A cada passo o touro vai chegando mais perto do agente, que parece que será chifrado antes de conseguir alcançar um lugar seguro. O agente está apavorado!
O fazendeiro, mineirinho muito educado e solícito, larga suas ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões:
- O cracháááááá!!!!!! Mostra o crachá pra ele...

Persona - Paul Newman

Paul Leonard Newman (Shaker Heights, 26 de Janeiro de 1925 – Wesport, 26 de Setembro de 2008)

domingo, 25 de setembro de 2011

Serviço - FAI (MG) abre inscrições para o Vestibular 2012

FAI (MG) abre inscrições para o Vestibular 2012

Estão abertas as inscrições do Vestibular 2012 da FAI (Faculdade de Administração e Informática).

As inscrições podem ser feitas até o dia 18 de novembro, no site www.fai-mg.br ou pessoalmente no campus da FAI, em Santa Rita do Sapucaí. O valor das inscrições varia com o período e privilegia o candidato que se inscreve mais cedo: até o dia 30 de setembro é R$25,00; de 1º a 31 de outubro será R$30,00 e do dia 1º a 18 de novembro o valor será de R$ 35,00.

Para quem for utilizar a nota do Enem - Exame Nacional do Ensino Médio, as inscrições devem ser feitas até o dia 10 de novembro.

São oferecidas 180 vagas para o curso de Administração no período noturno e 60 para o diurno. Para o curso de Sistemas de Informação são oferecidas 50 vagas para o período diurno e 50 para o noturno. Já para o curso de Pedagogia são oferecidas 100 vagas para o período noturno e 100 para o diurno.

As provas serão realizadas dia 19 de novembro em Santa Rita do Sapucaí (FAI), Pouso Alegre (Colégio São José) e Itajubá (E.E. Major João Pereira).

Mais informações: www.fai-mg.br

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Você sabia? - Dia do Sorvete

Dia do Sorvete

Para comemorar o início da primavera e o aumento gradual da temperatura, o Brasil comemora hoje o Dia do Sorvete.
Como muitas coisas na história da gastronomia, as versões para o surgimento do sorvete são diversas e controversas, cercadas de lendas.
Uma delas é que o primeiro relato de sorvete teria sido registrado na China 3.000 anos atrás. Os chineses misturavam a neve a uma pasta de leite, como as raspadinhas ainda hoje comuns nos bairros e no interior do Brasil.
Outra é que o imperador Nero, de Roma, mandava escravos buscar neve nas montanhas para misturá-la a sucos, mel e polpa de frutas.
No início do século 14, o veneziano Marco Polo voltou de sua famosa viagem ao Oriente. Além de introduzir o macarrão na Europa, Polo trouxe uma receita para fazer sorvetes de água, muito parecidos com os atuais.
No século 17, quando o monarca Francisco I esteve em campanha na Itália, decidiu levar para seu filho, o Duque de Orleans, uma noiva, Catarina de Médicis. A ela atribui-se a introdução do sorvete na França. Neste mesmo país, em 1660, Procopio Coltelli inaugurou, em Paris, a primeira sorveteria do mundo.
A neta de Catarina de Médicis casou-se em 1630 com Carlos I da Inglaterra e, segundo a tradição da avó, também introduziu o sorvete entre os ingleses. Os colonizadores britânicos levaram o sorvete para os Estados Unidos.
Em 1851 os Estados Unidos viveram um dos momentos mais importantes da história do sorvete: o leiteiro Jacob Fussel abriu em Baltimore a primeira fábrica de sorvetes, produzindo em grande escala e sendo copiado por outros em Washington, Boston e Nova York.
Em 1879, também nos Estados Unidos, é inventado o "Ice Cream Soda". O aparecimento da casquinha possui duas versões: uma de que teria surgido em 1896 na Itália, e outra que diz que ela foi inventada em 1904 nos EUA. O picolé apareceu na Itália no início do século 20.
A primeira sorveteria brasileira nasceu em 1835, quando um navio americano aportou no Rio de Janeiro com 270 toneladas de gelo. Dois comerciantes compraram o carregamento e passaram a vender sorvetes de frutas. Na época, não havia como conservar o sorvete gelado, por isso ele tinha que ser consumido logo após o preparo. As sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo.
No Brasil, o sorvete chegou a ser considerado o precursor do movimento de liberação feminina. Para saboreá-lo, a mulher praticou um de seus primeiros atos de rebeldia contra a estrutura social vigente, invadindo bares e confeitarias, lugares ocupados até então quase que exclusivamente pelos homens.
Evoluindo a passos curtos, esta guloseima só teve distribuição no país em escala industrial em 1941, quando foi fundada na cidade do Rio de Janeiro a U.S. Harkson do Brasil.
Embora os EUA sejam os maiores produtores e consumidores de sorvete do mundo, os italianos têm fama de fazer os melhores do mundo.
É imensa a variedade existente de sabores, cores e formatos, assim como as combinações. Geralmente, o sorvete é servido como sobremesa de forma individual, ou acompanhamento para frutas, bolos, tortas, panquecas, etc. Também é possível incrementar com diversas caldas. E é consumido em qualquer clima.

Curiosidades sobre o Sorvete

- A taça de sorvete "sundae" surgiu no início do século 20, nos Estados Unidos, e era servida aos domingos ("Sunday", em inglês, significa domingo). O invento recebeu uma grafia diferente porque este era considerado um dia sagrado.
- Em 1846, a norte-americana Nancy Johnson inventou um congelador que funcionava com uma manivela que, quando girada manualmente, agitava uma mistura de vários ingredientes. Na parte de baixo, havia uma camada de sal e gelo, que a congelava. Era a precursora das primeiras máquinas industriais de sorvete.
- No início, no Rio de Janeiro, o gelo era envolto em serragem e enterrado em grandes covas para que não derretesse. Ele chegava a durar cinco meses, tempo suficiente para que os sorveteiros mantivessem na população carioca o gosto pelo sorvete.
- Nos EUA, maior consumidor de sorvete no mundo, foi instituído o Dia Nacional do Sorvete. É o dia 14 de julho, mês que também é considerado o Mês Nacional do Sorvete.
(Fontes: http://www1.folha.uol.com.br, http://www.lafrione.com.br)

Na vitrola aqui de casa - Primavera

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bão dimais - Arroz à piamontese

Arroz à piamontese

Você já foi a um restaurante, pediu aquele prato que tinha o arroz à piamontese como acompanhamento e ficou imaginando que seria trabalhoso prepará-lo em casa?
Ledo engano. Depois de testar essa receita vai ser difícil você querer comer esse prato na rua. Você vai perceber que o seu arroz vai ficar incrivelmente gostoso e vai ganhar um lugar especial no seu cardápio.
E o melhor, pode ser feito com aquele arroz que sobrou do almoço!

Ingredientes: 2 xícaras e meia (chá) de arroz * 2 colheres (sopa) de azeite * 1 cebola grande * 1 colher (sopa) bem cheia de manteiga * aproximadamente 1 litro de leite * 1 colher (café) rasa de noz-moscada * 200 gramas de queijo muçarela ralado * 50 gramas de queijo parmesão ralado * 1 caixa de creme de leite (250ml) * sal a gosto
Modo de Fazer: Comece preparando o arroz normalmente. Para esta receita utilize as duas xícaras e meia de arroz e refogue no azeite sem colocar sal. Deixe para salgar na hora da mistura. Arroz pronto? Reserve!
Numa panela maior do que a do arroz, refogue a cebola cortada em cubinhos na manteiga. Quando a cebola já estiver transparente, coloque o arroz já cozido e misture bem ao refogado. Adicione o leite até que ele cubra o arroz, e deixe levantar um pouco de fervura. Abaixe o fogo e adicione a noz-moscada, os queijos e misture bem para o queijo ir derretendo sem grudar no fundo da panela. Acrescente o creme de leite, veja se está bom de sal e vá misturando bem até que ele engrosse e fique bem cremoso. O arroz precisa ser servido imediatamente após ficar pronto, bem quente, para manter a textura cremosa.
Se sobrar arroz e quiser servi-lo em outro momento, basta adicionar um pouco mais de leite para que o preparo volte a ficar cremoso.
Fonte: http://br.mulher.yahoo.com

Zenzando na rede

Serviço - XXXI Projete

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Minas são muitas - Visconde do Rio Branco

“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)

Visconde do Rio Branco

Igreja Matriz de São João Batista (Foto do Miguel)

Região: Zona da Mata
Padroeiro: São João Batista
Festa do Padroeiro: 24 de Junho

Localização


História

Os primeiros habitantes do território riobranquense foram os indígenas Croatos, Cropós e Puris, procedentes do litoral fluminense, das baixadas dos Campos dos Goitacazes, onde recebiam a denominação de Goitacás.
Esses índios, após a confederação dos Tamoios, nos fins do século XVIII se viram pressionados por tribos inimigas e obrigados a deixar suas aldeias primitivas e partirem em busca de novas terras, ricas em caça, pesca e frutas, distante de selvagens agressivos. O caminho mais fácil e acessível para a fuga foi o curso a margem do Rio Paraíba do Sul e seus afluentes, os rios Pomba e Muriaé. Em seguidas migrações, subiram por esses rios vindos atingir as margens superiores dos rios Xopotó e Bagres, onde passaram a habitar, dando, assim, origem ao aparecimento de localidade, que paralela ou sucessivamente, foi denominada Xopotó dos Coroados, Aldeamento do Presídio, Aldeia do Presídio, Presídio, São João Batista do Presídio, Presídio, Visconde do Rio Branco, Rio Branco, Paranhos e, finalmente Visconde do Rio Branco.
O Município de Visconde do Rio Branco está situado na Zona da Mata, Região Sudeste do Estado de Minas Gerais. A Zona da Mata é considerada Zona silenciosa da historiografia Mineira. Seu desenvolvimento econômico e social só apareceu no século XIX. O liberalismo, o progresso que a máquina a vapor e a eletricidade trouxeram, assim como o estilo arquitetônico eclético e uma mentalidade nova caracterizam aquela época. A região não teve a influência dos Bandeirantes em sua formação. Por não se encontrarem aqui riquezas em ouro e pedras preciosas, o que era comum em outras regiões do Estado de Minas, é que a Zona da Mata teve seu processo de desenvolvimento retardado. A abertura da estrada nova para o Rio de Janeiro foi, sem dúvida, um importante marco para o progresso da Região, pois ela atravessa a Zona da Mata. Por ela saía toda a produção agrícola da região, principalmente o café, muito cultivado na Zona da Mata, no século passado. Por esse motivo, esta região tinha maior número de escravos a serviço das plantações de café. Daí começou, realmente, o progresso da Zona da Mata, com a abertura de fazendas e afluxo de pessoas para as plantações.
Visconde do Rio Branco faz parte da Zona da Mata, portanto sua história está, de certa forma, dentro deste contexto. Tem uma história bem mais recente em relação a outros lugares de Minas.
Remontando ao princípio do século XIX, veremos que a sua história ficou marcada com a instalação, em terras do Presídio de São João Batista, do Quartel de Guido Tomaz Marliére que foi o colonizador, o civilizador das Terras Presidienses e da Zona da Mata. Dessa obra participou Padre Manoel de Jesus Maria, que preparou para Marliére todos os caminhos através de seu trabalho catequético junto aos indígenas locais. Esta região, por ter grande concentração de índios, tornou-se o quartel de Guido Marliére, Diretor Geral dos Índios, cujo domínio ia do Vale do Rio Doce a Campos dos Goitacazes, no Estado do Rio de Janeiro.
Em 1881, se estabelece os foros de vila e Município para o Presídio, o qual tinha sob sua jurisdição os atuais Municípios de Visconde do Rio Branco, Guiricema, São Geraldo, Guidoval, Cataguases, Ubá, Paula Cândido, Muriaé, Miraí, Laranjal e Patrocínio do Muriaé.
Visconde do Rio Branco recebe este nome em 1882 por iniciativa do deputado José Pedro Xavier Veiga que, ao elevar a vila à categoria de cidade no dia 28 de setembro, homenageava José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, autor da Lei do Ventre Livre.
A Cana-de-Açúcar foi durante mais de cem anos, a cultura mais importante do Município. Entre 1822 e meados do século XX, a produção açucareira riobranquense passou a ter destaque estadual. Também o café teve sua época áurea no século passado, chegando mesmo a ser exportado para a Europa.
Na segunda metade do séc. XX, a fase de desenvolvimento foi interrompida devido a inúmeras crises culminando com o fechamento das usinas.

Datas Históricas

1810 – Criado o Distrito com a denominação de São João Batista do Presídio, subordinado ao município de Pomba.
1839 - Elevado à categoria de vila com a denominação de São João Batista do Presídio e desmembrado de Pomba.
1853 – É extinta a vila de São João Batista do Presídio, passando a vila á condição de distrito de município de Ubá.
1868 - Elevado novamente à categoria de vila com a denominação de Visconde de Rio Branco e desmembrado do município de Ubá.
1882 - Elevada à condição de cidade com a denominação de Rio Branco.
1943 – O município de Rio Branco volta a se chamar Visconde Rio Branco.

O município

Visconde do Rio Branco é um município do estado de Minas Gerais. Sua população, em 2010, era de 37.942 habitantes. Ocupa área de 243,35 Km2.
A economia local está baseada na agroindústria açucareiro, pecuária leiteira, suinocultura e avicultura.
Atualmente o município busca uma nova vocação, através de pequenas e médias indústrias. Além de fábricas de móveis, um grande número de confecções traz o desenvolvimento industrial da cidade.
A Cidade se orgulha de possuir um Conservatório Estadual de Música com 50 anos de existência, duas bandas de música: Filarmônica Rio Branco e Sociedade Musical 13 de maio, conhecidas em várias regiões de nosso estado.
Visconde do Rio Branco pode se orgulhar também de possuir uma área de preservação ambiental, a Serra da Piedade, de exuberante beleza natural, convite à prática do turismo, e de grande valor histórico.
(Fontes: IBGE, ALMG, http://www.viscondedoriobranco.mg.gov.br, http://www.ferias.tur.br, http://www.vrbhoje.com.br)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Na vitrola aqui de casa - Crime Passional

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Mario Benedetti

Bem-vinda


Penso que vais chegar diferente
não exatamente mais linda
nem mais forte
nem mais dócil
nem mais prudente
só que vais chegar diferente
como se essa temporada sem me ver
tivesse te surpreendido também
talvez porque sabes
como te penso e te levo em conta

no fim das contas a melancolia existe
mesmo que não choremos nos embarques fantasmais
nem sobre as almofadas da ternura
nem sob o céu opaco

eu melancolio
tu melancolias
e como me aporrinha que ele melancolie

teu rosto é a vanguarda
talvez chega primeiro
porque eu o pinto nas paredes
com traços invisíveis e seguros

não esqueças que teu rosto
me olha como povo
sorri e enraivece e canta
como povo
e isso te dá uma luz
inapagável
agora não tenho dúvidas
vais chegar diferente e com marcas
com novas
com profundas
com franqueza

sei que vou te querer sem perguntas
sei que vais me querer sem respostas.
(Mario Benedetti)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Serviço - Inatel Cas@Viva realiza 5ª Passeata Ecológica

Inatel Cas@Viva realiza 5ª Passeata Ecológica

Com o objetivo de conscientizar a população santarritense sobre a importância do descarte correto de lixo eletrônico, a Cas@Viva, projeto do Inatel de alfabetização tecnológica para inclusão digital, realiza no dia 24 de setembro uma campanha com o tema "Lixo Eletrônico: Não Descarte essa Ideia".
O evento contará com a passeata ecológica de colaboradores, familiares e alunos do Inatel, da Cas@Viva e do projeto Educação Através do Esporte, a partir das 9h, do Inatel até a Praça Santa Rita. No local, será realizada coleta de todo tipo de lixo eletrônico como mouses, teclados, celulares e outros aparelhos eletrônicos de pequeno porte. Os materiais serão recolhidos das 10h às 17h.
Ao entregar o lixo eletrônico no posto de coleta, a pessoa ganha uma sacola ecológica personalizada. Este ato além de incentivar a entrega de materiais, tem como objetivo fazer com que a população reflita sobre novos hábitos de consumo consciente. Como por exemplo, a substituição de sacolas plásticas por sacolas de tecido, que podem ser utilizadas várias vezes.
De acordo com a coordenadora do Projeto Lixo Eletrônico, professora Débora Costanti Justino Ribeiro, esse tipo de atividade é importante para incentivar novos projetos de coleta de lixo eletrônico. "Em nossa região existem projetos de coleta de dejetos eletrônicos que começou a partir do dia da passeata do Inatel", disse.

Em 2011, a intenção é superar a quantidade de lixo eletrônico recolhida no ano passado

Na coleta do ano passado quase quatro toneladas de lixo eletrônico foram recolhidas e enviadas para uma empresa licenciada pelo Ibama, Fean e Conama, pois a maioria dos eletroeletrônicos possui substâncias tóxicas que não devem ser inaladas ou ingeridas e em contato com o solo, contaminam a terra e os lençóis freáticos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (35) 3471-9391 .

Persona - Sophia Loren

Sofia Villani Scicolone (Sophia Loren), (Roma, 20 de Setembro de 1934)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Persona - Lya Luft

Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul, 15 de Setembro de 1938)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Em poucas palavras - Provérbio popular

Só se atira pedra em árvores que dão frutos. (Provérbio popular)

Dica de diversão - Sobre sonhos e esperança

Peça teatral retrata os dissabores da vida de um professor em texto baseado na obra de Paulo Freire

“Sobre sonhos e esperança” mostra como a pedagogia pode estimular a transformação social

O Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, por intermédio do seu Programa Inatel Cultural, apresenta na noite desta sexta-feira, 16 de setembro, a peça teatral “Sobre sonhos e esperança”, do grupo teatral paulistano Cia. Arte Tangível. Com texto baseado nas reflexões de Paulo Freire, renomado educador brasileiro, o espetáculo aponta a pedagogia com importante instrumento de transformação social.
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A peça
Tudo se passa numa sala de aula, onde o cenário simples, composto por carteiras escolares e uma lousa, vai se transformando e explodindo em camadas de significado simbólico. Uma professora de escola pública, atormentada pelo cotidiano da escola que assim se expressa: “Os alunos são uns ignorantes, são indisciplinados, falta-lhes concentração, motivação, por isso não aprendem nada!” Pressionada pela coordenação e pais de alunos, a professora sonha até em tirar uma licença médica permanente e não pisar mais na escola. Pensa até em fugir para um transatlântico e encontrar com o Roberto Carlos! É neste instante que surge a figura de Paulo Freire. O educador passa a acompanhar a professora no seu dia a dia escolar. A princípio a professora sente-se incomodada com sua presença e sonhos de uma educação transformadora. Aos poucos a professora deixa-se contagiar por novos valores e, extremamente entusiasmada com a infinidade de possibilidades que surgem a sua frente, passa a sonhar com soluções mágicas.
“Sobre sonhos e esperança” é escrita por Thomas Holesgrovre e Luciana Saul que conheceu Paulo Freire e seus pensamentos através de sua mãe, a educadora Ana Maria Saul, que trabalhou com ele durante 17 anos na PUC-SP.

Inatel Cultural
Teatro “Sobre sonhos e esperança”
Dia 16 de setembro, 20h, Teatro Inatel - Santa Rita do Sapucaí, MG
Entrada gratuita, por ordem de chegada, 30 minutos antes do início do espetáculo
Classificação etária: Não recomendada para menores de 8 anos
O Teatro Inatel possui capacidade para 820 pessoas, sendo 14 posições para cadeirantes.
Informações: inatelcultural@inatel.br - (35) 3471.9397


Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Hilda Hilstr

Para poder morrer


Para poder morrer
Guardo insultos e agulhas
Entre as sedas do luto.
Para poder morrer
Desarmo as armadilhas
Me estendo entre as paredes
Derruídas
Para poder morrer
Visto as cambraias
E apascento os olhos
Para novas vidas
Para poder morrer apetecida
Me cubro de promessas
Da memória.
Porque assim é preciso
Para que tu vivas.
(Hilda Hilst)

Persona - Grace Kelly

Grace Patricia Kelly (Filadélfia, 12 de Novembro de 1929 – Mônaco, 14 de Setembro de 1982)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

As várias Canções do Exílio - 7 - Carlos Drummond de Andrade

Novamente Carlos Drummond de Andrade “viaja” pela Canção do Exílio no texto e no contexto. Ele não descreve o Brasil, mas o mundo que faz o olhar brasileiro enxergá-lo como algo que deixou de ser fascinante. O poeta cria um modo irônico de ver a decadência da europeia. É a criatura devorando o criador. Não apenas Portugal, mas todo o continente antes dominador.
A Europa, o doce exílio da intelectualidade brasileira, é caricaturada e aparece sem a grandiosidade colonial. Drummond faz caricaturas da França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Suíça, Rússia... Há quase que uma zombaria diante da destruição do poder da civilização. Não é necessário mais ser escravo das supercivilizações agora decadentes.
A ideia é a mesma da Canção do Exílio de Gonçalves Dias: a saudade da terra natal, independentemente da citação no final do poema. No poema Europa, França e Bahia do livro Alguma Poesia (1930), Drummond, através da palavra constrói o mundo ideal que lhe é mostrado por um novo olhar. Os mesmos olhos que lhe clareiam a memória são fechados para lhe fazer lembrar da “minha terra... / Ai terra que tem palmeira / onde canta o sabiá!”.

Europa, França e Bahia

Meus olhos brasileiros sonhando exotismos.
Paris. A torre Eiffel alastrada de antenas como um caranguejo.
Os cais bolorentos de livros judeus
e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.

O pulo da Mancha num segundo.
Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.

Tarifas bancos fábricas trustes craques.
Milhões de dorsos agachados em colônias longínquas formam um tapete
para sua Graciosa Majestade Britânica pisar.
E a lua de Londres como um remorso.

Submarinos inúteis retalham mares vencidos.
O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos arruinados.
Hamburgo, umbigo do mundo.
Homens de cabeça rachada cismam em rachar a cabeça dos outros
dentro de alguns anos.

A Itália explora conscienciosamente vulcões apagados,
vulcões que nunca estiveram acesos
a não ser na cabeça de Mussolini.
E a Suíça cândida se oferece
numa coleção de postais de altitudes altíssimas.

Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.

Não há mais Turquia
O impossível dos serralhos esfacela erotismos prestes a deslanchar.
Mas a Rússia tem as cores da vida.
A Rússia é vermelha e branca.
Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam o filme bolchevista
e no túmulo de Lenin em Moscou parece que um coração enorme
está batendo, batendo
mas não bate igual ao da gente...

Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a "Canção do Exílio".
Como era mesmo a "Canção do Exílio"?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade)

Minas são muitas - Cruzília

“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)

Cruzília

Igreja Matriz de São Sebastião

Região: Sul
Padroeiro: São Sebastião
Festa do Padroeiro: 20 de Janeiro

Localização


História

Cruzília teve os nomes de Encruzilhada, Cruz da Estrada e Cruziléia (estes dois últimos de curta duração).
Quando se tratou da revisão dos municípios brasileiros, verificou-se que a Encruzilhada do Sul (RS) era mais antiga que a Encruzilhada mineira, que teve que perder o nome para Cruz da Estrada. Tal, no entanto, não é verdade, pois o topônimo Encruzilhada, na região de Baependi, data da segunda metade do século XVIII, sendo, por isso mesmo, anterior à Encruzilhada gaúcha. O topônimo lembra duas estradas que ali se cruzavam, uma que ia ter Aiuruoca e Alagoa, outra a Carrancas e interior da Capitania. O nome Encruzilhada aparece desde os remotos anos de 1718/20, quando Francisco Martins, Diogo Pires, Tomé de Souza e Silva, Pedro da Silva Góis e Diogo Moreira, todos eles moradores em Encruzilhada, procuraram pagar os impostos devidos à Coroa, no antigo Distrito de Baependi.
Em 1726, aos 20 de dezembro, D. Lourenço de Almeida, governador mineiro, concede uma sesmaria a Manoel de Sá “que há dois anos, sem contradição alguma, está cultivando umas terras que até esse tempo nunca tiveram dono nem cultura no sertão que vai da Encruzilhada para Jeruoca” (Revista do Arquivo Público Mineiro de 1899, pág. 180). Recebeu légua e meia de testada para a parte de Aiuruoca e duas léguas de sertão, obrigando-se a cultivá-las no prazo de dois anos. Esse Manoel de Sá foi o primeiro dono do sítio da Encruzilhada, em cujas terras foi fundado o lugar. Isso consta dos registros paroquiais de Baependi, na especificação “assistentes no sítio da Encruzilhada”, desde o ano de 1732. Outros registros, posteriores, são mais claros na designação do lugar, que então ia crescendo.
Em 1800 já aparece o nome “bairro da Encruzilhada”, nos registros de Baependi.
Os primeiros habitantes da região foram os faiscadores de ouro vindos provavelmente da província de São Paulo, e que exploraram o ouro de aluvião encontrado nas encostas de morros nas margens de córregos da zona. Ainda hoje, constituem testemunhas da presença daqueles desbravadores várias escavações existentes nas margens de córregos do território municipal. Só após a fase de mineração de ouro, chegaram os primeiros agricultores e senhores de escravos.
Segundo a tradição, em 1858 estabeleceu-se no sopé de uma colina denominada “serrinha” aquele que iniciou o povoado. Trata-se do Capitão Manoel Domingues Maciel.
Em 15 de agosto de 1862, foi consagrada a primeira capela a São Sebastião.

Datas Históricas

1873 – Criado o Distrito com a denominação de Encruzilhada, subordinado ao município de Baependi.
1920 - Figura no município de Baependi o distrito com a denominação de São Sebastião da Encruzilhada.
1938 – O distrito de São Sebastião da Encruzilhada voltou a denominar-se Encruzilhada.
1943- Alterado o nome para Cruzilha.
1948 - Elevado à categoria de município com a denominação de Cruzília e desmembrado de Baependi.

O município

Cruzília é um município do estado de Minas Gerais. De acordo com o censo de 2010, sua população era de 14.591 habitantes. Ocupa uma área de 522,41 Km².
Cruzília pertence ao Caminho Velho da Estrada Real e integra o chamado Circuito Turístico das Montanhas Mágicas da Mantiqueira. É conhecida por suas fazendas centenárias e por ser o berço dos cavalos da raça Mangalarga Marchador. Na Fazenda Campo Alegre, por volta de 1812, Gabriel Francisco Junqueira, o "Barão de Alfenas", ganhou de D. João VI um garanhão da raça Alter Real e iniciou sua criação de cavalos, cruzando este garanhão com as éguas comuns de sua fazenda. Surgia aí a raça de cavalos mais cultuada do Brasil, cuja associação de criadores é atualmente a maior da América Latina. Cruzília conta com um dos melhores plantéis de cavalos da raça no Brasil, muitos deles vencedores de vários prêmios nacionais. Dezenas de haras estão espalhados pelo município, alguns em fazendas centenárias, carregadas de histórias e cultura.
Além disso, a qualidade dos móveis e dos queijos finos produzidos tornou o município uma referência nacional.
A indústria moveleira de Cruzília é uma das maiores de Minas Gerais, sendo uma importante geradora de empregos no município. Destaca-se pela alta qualidade dos móveis produzidos sob medida para todo o Brasil, abastecendo principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. Os artesãos produzem verdadeiras obras-primas, como é o caso da cadeira e altar, em madeira, usados por sua santidade o Papa Bento XVI em sua visita ao Brasil, em maio de 2007.
A fabricação de queijos finos de alta qualidade levou Cruzília à liderança do Ranking Nacional dos Melhores Queijos do Brasil em 2009 e novamente em 2010. A região de Cruzília é singular, pois é considerada como a que possui o melhor solo do Brasil para a produção de leite destinado a fabricação de queijos especiais. No município são produzidos diversos tipos de queijo, que se dividem em sete grupos: queijos de massa filada, queijos de massa cozida, queijos de massa semi-cozida, queijos de massa crua, queijos de mofo branco, queijos de mofo azul e queijos condimentados.
A pecuária está presente em Cruzília desde sua fundação, sendo a produção leiteira uma das práticas mais tradicionais no município. O comércio de insumos agrícolas também se destaca, bem como o cultivo de milho, feijão e batata, dentre outros.
Já a silvicultura é a atividade que mais se intensificou a partir da década de 2000, principalmente quanto ao plantio de eucalipto, fomentada por uma grande empresa de papel e celulose instalada na região.
Destaca-se também o beneficiamento de quartzito - "pedra São Thomé", como uma importante atividade no município.
(Fontes: IBGE, ALMG, http://www.cruzilia.com, http://paroquiadecruzilia.com.br/, http://www.cruzilia.mg.gov.br)

Zenzando na rede

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Na vitrola aqui de casa - Valsinha

Em poucas palavras - Thomas Hobbes

O homem é o lobo do homem. (Thomas Hobbes)

Fragmentos - “O Inventário do Ir-remediável”

“Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.” (Caio Fernando Abreu em “O Inventário do Ir-remediável”)

Persona - Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Loureiro de Abreu (Santiago, 12 de Setembro de 1948 - Porto Alegre, 25 de Fevereiro de 1996)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fragmentos - "Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres"

Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer «pelo menos não fui tolo» e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia. (Clarice Lispector em "Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres")

Em poucas palavras - Barão de Itararé

“Há qualquer coisa no ar, além dos aviões de carreira.” (Barão de Itararé)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Minas são muitas - Aiuruoca

“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)

Aiuruoca

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Região: Sul
Padroeira: Nossa Senhora da Conceição
Festa da Padroeira: 8 de Dezembro

Localização


História

A primeira vez que se teve noticia das terras de Aiuruoca, Aiuruoca de origem tupi, na sua melhor divisão histórica A – Juru – oka que se traduz Ajuru = Papagaio + Oka = Casa de Papagaio, foi em 1692, tendo como seu descobridor o Padre João de Faria Fialho, Capelão dos Bandeirantes.
Porém sua fundação oficial ocorreu quando João Siqueira Afonso, de Taubaté, transpôs a Serra da Mantiqueira e entrou no território mineiro. Descobriu, em 1702, as minas do Sumidouro, em 1704 as de Guarapiranga (atual Piranga); impulsionado pela sua ambição, seguiu pelo Rio Grande até a serra dos Papagaios, pouco adiante, fundando arraial de Aiuruoca, junto às minas do mesmo nome, por volta do ano de 1706.
Como não podia deixar de acontecer, as notícias de ouro atraíram para a região inúmeros exploradores, paulistas e portugueses. Por volta de 1744 por ali passou também o paulista Simão da Cunha Gago que fez erigir uma capela dedicada a Nossa Senhora. Simão da Cunha Gago juntamente com vários aiuruocanos fazendo-se acompanhar, em sua comitiva, do Padre Felipe Teixeira Pinto levando consigo a Imagem da Conceição, desceram a serra desbravando matas, atravessando campos e rios chegaram a um promontório, na margem esquerda do rio Paraíba, onde fincaram bandeira e fundaram a cidade de Rezende.
A agricultura da região já interessara, desde 1717, à coroa portuguesa, que, para incentiva-la, passara a Dom Brás Baltazar da Silveira uma carta de sesmaria, sobre terras da região. A progressiva escassez do ouro veio torna-la uma necessidade à vida econômica da região. Alguns dos garimpeiros e faiscadores abandonaram a região, ao passo que outros ali se fixaram, então definitivamente, dedicados quer à agricultura, quer à criação do gado.

Datas Históricas

1724 – Criado o Distrito com a denominação de Aiuruoca.
18434 - Elevado à categoria de vila com a denominação de Aiuruoca, desmembrado do município de Baependi.
1868 - Elevada à condição de cidade com a denominação de Aiuruoca.

O município

Aiuruoca é um município do estado de Minas Gerais. Sua população era de 6.162 habitantes, em 2010. Ocupa uma área de 649,68 km².
Tendo como pano de fundo a serra dos Papagaios, onde se encontra a Estação Ecológica Serra dos Papagaios, é um município privilegiado pela beleza natural e sua história.
Aiuruoca integra o circuito turístico das Montanhas Mágicas da Mantiqueira. O Pico do Papagaio é uma formação rochosa que se eleva aos 2.100 metros de altitude e de formas delicadas, é o cartão postal da cidade, assim como a cachoeira dos Garcias. Um dos atrativos mais procurados e visitados do município, essa queda d’água de beleza peculiar possui 25 metros de altura e termina em uma grande piscina natural de águas cristalinas.
Aiuruoca é a porta de entrada para o Vale do Matutu, reserva natural de 30 km² que concentra boa parte das belezas naturais da região.
Na cultura aiuruocana, destaca-se a Semana Santa. Celebrada desde 1717, sendo reconhecida como uma das mais tradicionais do Estado de Minas Gerais. Na Semana Santa de Aiuroca, pode-se observar os antigos ritos da Igreja Católica, as procissões, os cortejos, a missas em latim e ouvir Música Barroca Mineira através da centenária Orquestra e Coral de Aiuruoca.
Desde a década de 30 que o Carnaval de Aiuruoca é comemorado na semana anterior àquela na qual se comemora o carnaval em todo o resto do país.
Na época, o Monsenhor Nagel (padre responsável pela comunidade cristã local) que era o pároco de Aiuruoca, condenou a comemoração do carnaval na cidade devido aos "retiros espirituais" (reuniões de cristãos na igreja para orações e preces) que eram realizados nesses dias. Diante de tal proibição e tendo em vista que os padres daquela época, em especial o Monsenhor Nagel, eram muito respeitados, além de ter seus pedidos acatados como ordens, os cidadãos aiuruocanos não tiveram outra alternativa senão parar com as comemorações do carnaval. Por outro lado, algumas pessoas cogitaram a hipótese de se comemorar o carnaval na semana anterior. A idéia foi aceita pela maioria e, a partir daí, iniciou-se a comemoração do Carnaval Antecipado de Aiuruoca, que hoje, é conhecido internacionalmente.
(Fontes: IBGE, ALMG, http://viajeaqui.abril.com.br, http://www.aiuruocaminas.com.br/, http://www.aiuruoca.mg.gov.br)

Historinhas - Marcha soldado, cabeça de papel

Marcha soldado, cabeça de papel

Sete de Setembro chegando e com ele um pedido do Carlos, a quem chamo de meu redator-chefe, para que eu mexesse no baú da memória e desenterrasse algumas lembranças.
Começo a desengavetar imagens, recordar palavras e músicas, sangrar as feridas e revolver o passado em buscar do meu tempo de infância e juventude. Vou tirando as coisas que habitam o lado esquerdo do peito e colocando-as para fora. Existem aquelas me fazem sorrir, outras pensar e por algumas passo bem depressa. Não vale a pena transformar esse quase começo de primavera em um dia sombrio.
Encontro uma saia azul-marinho, uma blusa branca... Depois duas baquetas de bumbo enfeitadas com fitas azuis. Olho bem e não entendo o que elas estavam fazendo nos meus guardados. Não eram minhas, mas da Lúcia, minha irmã. Baú da memória é assim... Tudo junto e misturado. Alegrias e tristezas, sonhos, decepções, realizações, família, amores antigos, coisas suas e dos outros. Tudo embaraçado... Você puxa a ponta do fio e não sabe o que vai sair dependurado nele.
Segundo semestre. Já começávamos a ensaiar para o desfile. Todo dia eram formadas as filas, esquentados os tambores e lá íamos nós pela Avenida Sinhá Moreira até a ponte velha. Ida e volta. Enquanto marchávamos, o pé esquerdo devia ser batido com bastante força no chão enquanto o direito era de forma suave. Nunca entendi bem o porquê, mas obedecia. Para não errar o passo, me lembrava da história de uma menina que amarrava uma palha no tornozelo esquerdo para marcá-lo. E dentro da minha cabeça ecoava: Pé com palha, pé sem palha, pé com palha, pé sem palha. Era necessário não perder o ritmo.
No final vinha a fanfarra e, na fila da frente, minha irmã fazendo mil malabarismos. Ela vinha batendo as baquetas uma de cada lado do instrumento que era quase seu tamanho. Quando o maestro dava um sinal, ela girava as baquetas cruzando-as no alto e as fitas balançavam ao vento formando uns arabescos de encher os olhos daqueles que estavam esperando a banda passar. Fazia outras tantas coreografias de enorme sucesso que lhe deixavam os antebraços inchados, roxos e doloridos. Mas valia a pena e eu tinha o maior orgulho quando diziam que ela era quem melhor tocava.
Agora me vejo preparando o bendito uniforme de gala. Ele só era usado em duas datas especiais: desfile de Sete de Setembro e formatura. A blusa branca cheia de babados de renda ficava guardada no armário o ano todo e costumava estar amarelada. Tinha que deixar de molho, esfregar, colocar anil e engomar. Depois umedecer e passar, passar e passar com o ferro elétrico saindo fumaça de tão quente. Agora era a hora da saia de casimira azul-marinho. Esticava sobre a mesa, arrumava as inúmeras pregas, cobria com uma folha de jornal para não dar brilho e novamente o ferro pelando de quente. Chegava até a sentir pena das pessoas que estavam estampadas nas páginas. Saía muita fumaça e o jornal ficava amarelo, envelhecido em um só minuto. Os sapatos pretos eram engraxados e polidos, ficavam um espelho e até pareciam novos. As meias, que no uniforme diário eram pretas, nesta data deveriam ser brancas. Era um Deus nos acuda! Onde foi que guardei essa preciosidade usada uma vez no ano? E a gravata laçarote azul-marinho presa com alfinete? Gavetas eram reviradas em busca dos tesouros perdidos.
Acabo de dar uma risada por causa da gravata. Ela era, na verdade, uma fita de um tecido que formava umas sombras onduladas, amarrada em forma de laço. O nome do tecido era Chamalote.
Minha amiga não tinha tido a mesma sorte que eu. Havia perdido sua gravata. Fomos à Loja Sampaio para que ela comprasse uma fita nova. Chegando lá, ela pediu:
_ Eu quero um metro de fita de lote azul-marinho.
_ Fita de lote? Perguntou o vendedor com a cara de quem não estava entendendo.
_ É, um metro de fita de lote azul-marinho. Com dois dedos de largura.
_ Não conheço essa fita.
_É para fazer a gravata do uniforme de gala do colégio. A costureira falou que a fita chama lote.
O vendedor deu boas risadas com a confusão dela...
Voltemos para os preparativos da festa. Eu arrumava todo o uniforme, achava bonito, mas queria mesmo era ser baliza. Quando pequena queria ser trapezista. De trapezista para baliza era apenas um pulo. Sabia fazer todas as evoluções, acrobacias e trejeitos, mas meu pai foi categórico:
_Não! Filha minha não será baliza nunca. Nunca!!!
_Por quê?
_Não quero filha minha mostrando as pernas na rua.
Eu é que nunca entendia tamanho radicalismo. Por acaso todo mundo não tinha pernas? E alguém deixava as suas guardadas em casa quando saía às ruas? E não adiantou argumentar que fulana, mocinha muito direita e religiosa, seria a baliza amarela, que o pai de beltrana (homem muito bem conceituado na cidade) havia deixado a sua filha ser a baliza verde e que a sicrana seria a branca. Quem seria a azul? Não fui eu. Nem naquele ano e nem em nenhum outro. NUN-CA!!!
Hoje fiquei pensando se a verdadeira razão não era porque a roupa de baliza custava muito acima dos padrões permitidos em nossa casa. Ou talvez fosse porque ele era contra o regime militar da época. Ele sempre dizia que era falta de ter o que fazer aquela “inventação” toda, mas todo ano, eu achava tudo muito lindo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Serviço - Incubadora do Inatel abre três vagas para novos empreendimentos

Incubadora do Inatel abre três vagas para novos empreendimentos

Está aberto o edital para preencher três vagas na Incubadora de Empresas e Projetos do Inatel. Podem se inscrever empreendimentos que tenham pelo menos um aluno ou ex-aluno do Instituto. As inscrições devem ser realizadas pelo site www.inatel.br/incubadora, até o dia 29 de setembro. A taxa de inscrição é de R$ 105,00.
O processo seletivo acontece por meio de entrevistas com os candidatos, que participarão em um curso exclusivo de capacitação empresarial e terão de entregar o plano de negócio completo (resumo das atividades que serão desenvolvidas pela empresa). A última etapa deste processo é a apresentação do empreendimento à banca examinadora. A divulgação do resultado será nos dias 1, 2 e 3 de novembro.
Durante o processo de incubação, os empresários participam de cursos nas áreas de mercadologia, consultorias em gestão, além de palestras e capacitações de administração financeira, marketing, produção, RH e inovação. O tempo médio de incubação é de dois anos e meio e pode chegar a três anos.
A Incubadora do Inatel já graduou 47 empresas. Atualmente, oito empreendimentos são residentes do programa e juntos tem um faturamento anual de R$ 850 mil.
(Fonte: Inatel em 06/09/2011)

Cinema em casa - Balzac e a Costureirinha Chinesa

Balzac e a Costureirinha Chinesa

Título original: (Balzac et la Petite Tailleuse Chinoise)
País/ano: (China, França)/2002
Direção: Dai Sijie
Elenco: Zhou Xun, Chen Kun, Liu Ye, Wang Shuangbao.
Duração: 116 min
Gênero: Drama

O filme "Balzac e a Costureirinha Chinesa" retrata a época da Revolução Cultural na China empreendida pelo presidente Mao Tsé-Tung, no fim do ano de 1968.
Diante da fome desencadeada pelo fracasso da campanha O Grande Salto para Frente, a equipe de governo maoísta decide culpar o capitalismo pelo caos chinês. As artes, a cultura, os intelectuais e, principalmente, suas influências são taxados como inimigos do povo chinês. Lançam então a Revolução Cultural para promover a reeducação socialista. Fecham todas as universidades do país e enviam os jovens estudantes para o campo onde estes deveriam aprender com os camponeses, através de muito trabalho forçado, qual deveria ser o caminho para a construção de uma nação forte.
É o que acontece com os jovens Luo (Chen Kun) e Ma (Liu Ye) que são enviados para uma vila no Tibet. Além de estudantes, eles são filhos de médicos e dentistas, burgueses inimigos do regime.
Os dois trabalham na lavoura e lutam contra a falta de preparo físico. O único alívio são as músicas tocadas por Ma em seu violino, mantido por causa da alegação de que Mozart compunha para o Presidente Mao.
A chegada de um alfaiate do vilarejo próximo, acompanhado de sua linda neta (Zhou Xun), altera definitivamente a rotina dos jovens. É através dela que descobrem que outro prisioneiro (Wang Hongwei), em reeducação na aldeia vizinha, esconde em seu quarto um baú cheio de livros proibidos. Eles conseguem roubá-lo e a amizade dos três se fortalece com as secretas sessões de leitura. Fascinada pelas histórias de Balzac, Alexandre Dumas, Dostoievski, Zola, Flaubert e outros clássicos, a jovem Costureirinha vive sua libertação pessoal e de pensamento.
"Balzac e a Costureirinha Chinesa" é uma crítica e uma advertência contra regimes totalitários que restringem a liberdade de expressão e mostra como a literatura pode ser fonte de libertação e promotora de mudanças.

Aviso aos navegantes - Biblioteca em nuvem para leitura sem limites

Biblioteca em nuvem para leitura sem limites

Se para alguns leitores ler é como estar nas nuvens, a analogia vai ganhar sentido literal a partir do dia 1 de outubro com o projeto Nuvem de Livros, da editora Gol. Nesta segunda-feira, na Bienal do Livro, os diretores do empreendimento apresentaram a biblioteca em cloud, um acervo que reunirá mais de 3 mil obras literárias disponibilizadas para milhões de leitores brasileiros.
A ideia consiste em oferecer a clientes de empresas parceiras do projeto a possibilidade de assinar por um determinado período não apenas um, mas todos os livros da biblioteca virtual. As obras armazenadas na nuvem poderão ser visualizadas em várias plataformas, mas o download não estará disponível. Empresas de telefonia, tecnologia, comunicação e outros setores fazem parte da parceria, entre elas o O GLOBO, cujo acervo também poderá ser acessado.
O escritor Antônio Torres, curador da Nuvem de Livros, explica que os leitores terão à disposição desde títulos clássicos até lançamentos.
— Todos poderão compartilhar patrimônios da Humanidade e literatura contemporânea. Da literatura brasileira, a nuvem terá autores como Machado de Assis, Euclides da Cunha e Guimarães Rosa. Além dos livros em português, teremos também títulos em espanhol e em inglês. Todo tipo de leitura que você possa imaginar estará disponível. Nós dizemos que para este projeto nem o céu é o limite — disse Torres.
O presidente do grupo Gol, Jonas Suassuna, afirma que o projeto surgiu depois de três anos de estudo e tem como objetivo principal a democratização da leitura. O acesso à biblioteca poderá ser semanal, ao custo de R$ 0,99 ou mensal, a R$ 4.
— Trata-se de uma plataforma extremamente democrática. As pessoas querem isso: informação, conteúdo. Assim que ela for lançada, 82 milhões de brasileiros terão contato com milhares de livros no mundo digital. A Nuvem de Livros também terá espaços exclusivos para professores e alunos, que poderão consultar aulas, cartilhas, vídeos, diversos materiais multimídia para usar em sala de aula.
Os estudantes também terão acesso a aulas de reforço, cursos de idiomas, excursões virtuais a museus e bibliotecas temáticas. O projeto chega para suprir a falta de bibliotecas no país, que, de acordo com o grupo Gol, atinge mais de 65% das escolas brasileiras e cerca de 15 milhões de alunos.
Até o momento a Nuvem de Livros já conta com 26 editoras brasileiras e três de língua espanhola, mas, de acordo com Suassuna, durante a Bienal outras casas editoriais já demonstraram interesse em disponibilizar suas obras. Na apresentação, Jorge Carneiro, presidente do grupo Ediouro, um dos parceiros do negócio, salientou as proporções que o projeto pode atingir:
— Esse tipo de iniciativa pode fazer uma Bienal como essa ser muito maior daqui a 10 anos, porque nós teremos muito mais editores envolvidos.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/)
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