segunda-feira, 30 de maio de 2011

Minas são muitas - Lagoa Dourada

“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)

Lagoa Dourada

Igreja Matriz de Santo Antônio

Região: Campo das Vertentes
Padroeiro: Santo Antônio
Festa do Padroeiro: 13 de Junho

Localização

História

O povoamento local começou por volta de 1625, quando a bandeira comandada por Oliveira Leitão descobriu ouro nas águas de uma pequena lagoa. Os bandeirantes que aqui chegaram deram logo o nome ao local de Alagoas. Ao encontrarem ouro de aluvião na lagoa, os primeiros mineradores a chamaram de "ALAGOA DOURADA" por haver nesta localidade uma lagoa que tinha grande quantidade de ouro e o ouro refletia na superfície da água, em formato de uma nata. Então, nasceu o povoado e as casas foram subindo a colina.
Por volta de 1717, a região já estava bem povoada e o arraial foi se formando com a chegada de novos “oureiros”. Em 1734, Dom Frei Antônio de Guadalupe ergue, então, uma capela dedicada a Santo Antônio. Em 1750, o arraial é elevado a “Distrito da Paz”.
O coronel Antônio de Oliveira Leitão às suas custas, construiu um caminho novo que ligava São João del rei a Ouro Preto, passando pela então Alagoa Dourada, onde morava desde 1713. Demolida a antiga capela, construída em 1734, iniciou-se a construção da Matriz em 13 de julho de 1850. Muitos anos paralisada a construção foi reiniciada em 20 de junho de 1899, tendo sido contratado o empreiteiro Augusto Buzatti, italiano que mudou-se para cidade. Em 1832, o nome original de Alagoa Dourada é alterado para Lagoa Dourada, uma referência à lagoa ali existente, muito rica em ouro. A antiga capela do Senhor do Bom Jesus foi destruída, em 1905, por vandalismo. A nova igreja, mal construída começou a ruir e novamente foi fechada. Só em 30 de maio de 1911 foi iniciada uma nova construção, feita também pelo empreiteiro Augusto Buzatti.
Após o esgotamento das jazidas auríferas, o arraial buscou alternativa na agricultura, principalmente, no milho e na produção do leite. Em 1892, o distrito passou a pertencer a Prados, e em 1911, foi finalmente emancipado.

O Mestre de Lagoa Dourada

Um escultor ainda sem rosto, nome e origem desconhecidos está tendo vida e obra pesquisadas na Região do Campo das Vertentes, onde viveu entre o fim do século XVII e o início do 18. Batizado de Mestre de Lagoa Dourada pelo grande número de imagens em cedro feitas para igrejas e capelas da cidade, ele deixou a sua marca também em Prados, São João del-Rei, Tiradentes, Congonhas e Ouro Branco. Foram encontrados documentos que comprovam a presença dele na antiga Capitania de Minas, caso de um inventário, de 1738, dos bens da Paróquia de Santo Antônio, em Lagoa Dourada. Do documento consta o registro de uma Santana Mestra com as características das demais imagens atribuídas ao mestre que foi recentemente descoberto. A Igreja de Santo Antônio guarda o acervo pertencente à antiga matriz, de 1734, já demolida, e de outros templos barrocos varridos do mapa da cidade. Nos altares e na sacristia ficaram peças que atravessaram os tempos sem autoria definida e que agora estão sendo estudadas. Depois de mais de um ano de estudos, foram identificados traços comuns entre as imagens de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora da Lapa, São João Evangelista, Santo Apóstolo, Santana Mestra e outras do município e vizinhanças. E os restauradores chegaram à conclusão de que tudo saiu das mãos de um mesmo escultor, dono de obra de qualidade e estilo livre de influências. Entre as características que diferem as esculturas de outros autores da época estão orelhas bem definidas e muito estilizadas; ombros largos e posturas rígidas; panejamento (vestes) com drapeados verticais rígidos e pouco naturais, com as bordas dos mantos em caimento do tecido sobreposto; rostos de expressão ingênua; olhos em curva, proeminentes; e boca entreaberta com os dentes à mostra. O escultor foi batizado de Mestre de Lagoa Dourada porque a cidade abriga metade das peças das mais de 20 que foram encontradas até agora com essas características. Mas ainda não se sabe se ele era mineiro, paulista a serviço na capitania ou português que veio para o Brasil. Uma das chaves para maior entendimento da história, que surpreende e intriga, é a imagem mais antiga da matriz, a Nossa Senhora esculpida em terracota. O barro usada para esculpi-la era muito usado pelos santeiros paulistas, o que pode significar que o Mestre a fez aqui ou tenha se espelhado nos seus traços para desenvolver a sua arte.

Datas Históricas

1717 – Fundação do arraial Alagoa Dourada.
1750 - Lagoa Dourada foi elevada à categoria de Distrto de Paz, do município de São José Del Rei.
1832- Passa a denominar-se Lagoa Dourada.
1892 - Passa a pertencer ao município de Prados.
1911 - Elevada à categoria de município, desmembrando-se de Prados.

O município

Sua população estimada em 2010 era de 12.256 habitantes. E área de 476.69 km². A sede do município de Lagoa Dourada está localizada entre os municípios de Entre Rios de Minas e São João Del Rei. Lagoa Dourada possui uma diversidade ecológica grandiosa, com uma biodiversidade representativa de alguns ecossistemas importantes do bioma Mata Atlântica e Cerrado. No seu relevo, formado pelas serras do complexo da Mantiqueira, observa-se uma vegetação de cerrado, com a presença de campos limpos nas partes mais altas.
A topografia privilegiada proporciona caminhadas prazerosas por estradinhas bucólicas em meio a reservas ainda virgens da Mata Atlântica. Há mirantes com 360°, ideais para se admirar memoráveis paisagens da região, principalmente quando o sol está se pondo. Há, ainda, trilhas intactas por onde passaram os índios cataguases, com vestígios das ocas e tabas de sua aldeia que era próxima à cidade. O lindo recanto onde fica a Lagoa do Tanque Grande, de origem vulcânica, também está às margens dessa trilha.
De seu passado colonial, Lagoa Dourada preserva, na sede, alguns casarões e igrejas com expressivos fragmentos da arte colonial mineira. A Igreja Matriz de Santo Antônio e a Igreja do Senhor Bom Jesus compõem o tradicional cenário urbano das gostosas cidades do interior de Minas. A Igreja Matriz de Santo Antônio foi construída no fim do século XIX para substituir um antigo templo e conserva os quatro retábulos em talha, estilo D. João V, da antiga construção. Na planta primitiva da nave e da capela-mor foram acrescentados corredores laterais, que limitam um tapavento em forma de curva, onde possivelmente está a data de sua construção.
Acompanhando a subida para a Igreja do Senhor Bom Jesus, estão painéis com os passos da Via Sacra aplicados em graciosas muretas construídas de tijolinhos. Na Semana Santa, comunidade e visitantes participam ali dos rituais religiosos da Paixão de Cristo. Apesar da edificação ser simples, pode-se notar em sua fachada principal um certo apuro no frontão, bem como nos guarda-corpos de metal trabalhado das três janelas rasgadas por inteiro que se abrem para o coro.
A Estrada Real corta o município em seu perímetro urbano. Mas, é na zona rural que Lagoa Dourada preserva preciosos marcos de seu passado. Dentre as propriedades rurais mais importantes historicamente, destacam-se: a Fazenda do Engenho Grande dos Cataguases, do Capão Seco, da Pedra, dos Melos, da Boa Esperança, do Monte Alegre e as duas com o nome de Boa Vista.
A Fazenda do Engenho Grande dos Cataguases é famosa pelo seu interessante acervo de objetos do século XVIII e XIX e utensílios. Foi lá, também, que o Imperador D.Pedro II se hospedou em sua última visita à região.
O município possui a maior pecuária leiteira da Região do Campo das Vertentes e é forte produtor de hortigranjeiros. Na equinocultura, destaca-se o Jumento Pêga, que é uma raça de asininos brasileira, formada em Lagoa Dourada, na Fazenda do Váu. Os jumentos são utilizados para obtenção de híbridos (burros e mulas), a partir de cruzamentos com as éguas. Os muares são animais ágeis, dóceis e resistentes, sendo de grande utilidade no transporte de cargas, tração, lida com gado, passeios, cavalgadas, concursos de marcha e enduros. A raça Pêga é, hoje, o orgulho da pecuária nacional.
A comunidade produz licores, vinhos e doces caseiros, que recheiam os famosos rocamboles. De fato, os deliciosos pães-de-ló recheados de doces variados fazem jus à fama. Passar por Lagoa Dourada significa provar e comprar rocamboles para levar. Essa receita, que vem sendo passada de geração em geração, tem os segredos que lhe garantem o irresistível sabor.
O artesãos da cidade expõem seus produtos na Associação Comunitária de Artesanato de Lagoa Dourada – Acoarte. Eles utilizam palha, linhagem, folhas de bananeira e madeira para criar interessantes peças rústicas. O destaque é para os bonecos de linhagem em tamanho natural, mas produzem também bordados, tricô, crochê, esculturas e pinturas em madeira.
(Fontes: www.descubraminas.com.br, IBGE)

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