quarta-feira, 23 de março de 2011

Santa Rita é notícia - Febrace

USP – Feira de ciências e engenharia exibe projetos inovadores até quinta (24)

A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), evento promovido pela Escola Politécnica (Poli) da USP, traz, em seu nono ano consecutivo de realização, mais de 300 projetos finalistas nas áreas de engenharia, ciências exatas e da terra, humanas, sociais aplicadas, biológicas, da saúde e agrárias, que estarão disponíveis para visitação do público geral até quinta-feira (24). Os criadores dos trabalhos - estudantes com, no máximo, 20 anos de idade - vêm de todo o país e, muitas vezes, trazem dos seus locais de origem ideias para melhorar o ambiente em que vivem.
A feira, montada numa tenda no estacionamento da Poli, é organizada de modo que o visitante esteja sempre cercado por vários projetos, da mesma área, mas muito diferentes entre si. Os alunos ensinam o público, mas também aprendem uns com os outros, já que entram em contato com ideias e pessoas novas. Esse clima de troca de informações e interatividade é, inclusive, a principal motivação dos organizadores da Febrace. São 670 os projetos em exposição.

Projetos
Dentre os trabalhos expostos está o dos alunos Joaquim de Oliveira, Welington Rodrigues e Nixon Teixeira, todos com idades entre 15 e 16 anos. Eles construíram uma cadeira de rodas quase que totalmente de material reciclável e de baixo custo para tetraplégicos, controlada pelo sopro. Inicialmente, o pensamento era fazer com que a ativação dos comandos fosse feita a partir da voz do cadeirante, mas quando eles visitaram uma entidade para pessoas com deficiência em sua cidade, Santa Rita do Sapucaí (MG), e descobriram um tetraplégico mudo, reformularam o projeto.
“O sopro é feito em um microfone adaptado e o comando é transmitido, fazendo a cadeira se mover”, explica Joaquim, que aponta ainda para o fato de que, como o ar deve ser direcionado, ventos, mesmo que fortes, não conseguem acionar a movimentação.
Em outro projeto, os estudantes cariocas Charles de Almeida, Ana Carolina Rodrigues e Felipe Miranda desenvolveram um desfibrilador pessoal para leigos, cujo funcionamento é facilitado e seguro. Para a criaçao do projeto, eles estudaram todas as condições que, quando presentes, levam ao atraso da assistência a quem teve um problema cardíaco, como a demora das ambulâncias para chegar ao local em que está a vítima.
“Já temos até patente do produto, mas se ele um dia for comercializado, eu não quero nenhum retorno pra mim. A única coisa em que penso é garantir o bem estar das pessoas”, diz Charles. A morte de um amigo foi a motivação para a criação do desfibrilador.
Na área de humanas, as estudantes Maria Júlia Rossetto e Maria Helena dos Anjos, de Limeira, no interior paulista, adaptaram jogos educativos para crianças portadoras de Síndrome de Down. Um deles é um boliche que tem suas peças em forma de animais coloridos. “A ideia é que quando a peça for derrubada, o educador ou pai faça o barulho que o animal costuma fazer. Por exemplo, se for a vaca, o adulto imita o som produzido por ela”, conta Maria Júlia.
Segundo a dupla, os jogos foram testados e tiveram ótima aceitação por crianças. “Nós vamos, inclusive, doá-los para as instituições em que realizamos os experimentos depois que a Febrace acabar”, conta a estudante.

A concepção da Febrace
"O nosso objetivo é que o aluno passe a observar mais o seu entorno, que sua atenção seja captada por problemas do dia-a-dia. Queremos pessoas empreendedoras”, diz a professora Roseli de Deus Lopes, que coordena o evento. Segundo ela, a proposta é que os participantes sejam inovadores, e não que apresentem uma mera reprodução, nem que sigam “a receita de alguma experiência encontrada na internet”.
Maior evento desse gênero no Brasil, a magnitude da Febrace chama atenção. “Queremos provocar as escolas para que elas percebam que podem dar mais liberdade de criação aos estudantes, para que estes sejam instigados a fazer boas perguntas e a ir atrás das respostas”, afirma a professora Roseli. Para tanto, a Febrace, além da realização da edição nacional, também estimula a realização de feiras internas, nas instituições de ensino.
De acordo com a professora, a experimentação a partir de alguns conceitos aprendidos em sala de aula traz resultados muito mais expressivos do que a “decoreba” de fórmulas e dados, principalmente porque somente na prática é possível a integração de várias áreas e assuntos. “Na vida real, as coisas não são fragmentadas, há uma forte multidisciplinaridade”, atesta.

A organização da feira
Assim que acaba uma edição, a do próximo ano já começa a ser organizada e a divulgação a ser feita nas escolas. Cada aluno ou grupo de no máximo três integrantes envia em novembro um relato de toda a experiência e, em dezembro, a escolha dos finalistas, que se apresentarão nos três dias de evento, é feita.
Para isso, são necessários cerca de 300 voluntários. Eles escolhem não necessariamente os projetos mais sofisticados, mas os que demonstraram maior criatividade e curiosidade por parte do grupo. A ideia é identificar aqueles que conseguiriam se desenvolver plenamente em condições ideais de materiais e orientações.
Ao final das avaliações que ocorrem na feira, há premiações em todas as categorias, além de entrega de prêmios e bolsas concedidas por órgãos e empresas apoiadoras, como a Intel e a Petrobras.
Estudantes de toda a rede do ensino médio podem se candidatar para a edição nacional da Febrace.

Serviço
A exposição dos projetos da Febrace acontece de terça (22) a quinta-feira (24) na tenda de eventos localizada no estacionamento da Poli, à Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, 380, Cidade Universitária, São Paulo. No sábado (26), no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), acontece a cerimônia de premiação, que contemplará os melhores trabalhos da edição 2011 da feira.
A programação completa pode ser conferida no site do evento.
Fonte: http://www.planetauniversitario.com em 23/03/2011)

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