sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Saúde - Veja o que ajuda e o que atrapalha a memória

Falhas de memória costumam ficar mais marcantes na meia-idade, mas há uma série de estratégias e hábitos para ajudar a manter vivas as lembranças.

O QUE AJUDA A MEMÓRIA

MEMORIZAÇÃO
É possível treinar a memória para melhorar o desempenho. Os exercícios vão desde criar associações para se lembrar de uma informação (por exemplo, ligar uma imagem ao nome de alguém) até ler um livro sublinhando as informações mais importantes e revisá-las mentalmente horas depois.
MANTER-SE ATIVO
O trabalho intelectual estimula a produção de novos neurônios. No entanto, a repetição diária de cálculos complexos não é tão efetiva. É preciso que a pessoa sustente um aprendizado ou a aquisição de novas habilidades (tal como o estudo de uma nova língua), ou o envolvimento com atividades criativas.
EXERCÍCIO FÍSICO
A atividade física contribui para o bom funcionamento do sistema circulatório, favorecendo o fluxo de sangue e a oxigenação do cérebro. Estudos apontam que o exercício também promove novas associações neuronais, ajudando na preservação das funções cognitivas. Indiretamente, é benéfico por ajudar a controlar doenças (como as cardiovasculares) que são fatores de risco para distúrbios neurocerebrais.
SAÚDE VASCULAR
Já foi dito que o que faz bem ao coração beneficia também a mente. É verdade. Estudos recentes mostram que o colesterol elevado na meia-idade aumenta o risco de Alzheimer na velhice. O desempenho das funções cerebrais está diretamente associado ao fluxo sanguíneo nessa região. Controlar o colesterol, que "entope" os vasos com gordura, e a pressão arterial ajuda a preservar as funções da memória e as cognitivas em geral.
DIETA
A dieta rica em ômega-3, encontrado principalmente em peixes de águas geladas, fornece matéria-prima para a produção de novos neurônios. Além disso, o cozimento do pescado forma quantidades muito mais baixas de aminas heterocíclicas (substâncias que degeneram as células nervosas) do que o de outras carnes.
LAZER CRIATIVO
Atividades de lazer que envolvem habilidades motoras (como artesanato) ou aspectos intelectuais (como ler livros ou ir ao cinema) levam à criação de novas ligações entre os neurônios. Isso cria novos "atalhos" no cérebro para as informações serem armazenadas e lembradas posteriormente. A aquisição de novos conhecimentos e habilidades aumenta a reserva cognitiva do cérebro.

O QUE AFETA A MEMÓRIA

DEPRESSÃO
Além de o estado de apatia levar a um pior desempenho nas tarefas cognitivas, as alterações na atenção causadas pelo quadro depressivo fazem com que a pessoa não memorize bem informações recentes. As alterações nos neurotransmissores associadas à depressão teoricamente também podem interferir nos processos de memorização.
ESTRESSE
Quando o estresse emocional se prolonga por muito tempo, causa o bloqueio da produção de novos neurônios e facilita a degeneração dos existentes, afetando a memória. Já o estresse transitório tem repercussão limitada, mas reduz a capacidade de concentração nas tarefas que estão sendo realizadas. Ele também provoca a liberação de maiores quantidades de cortisol, que afeta áreas do hipocampo associadas à memória secundária.
MEDICAMENTOS
Alguns medicamentos, como os ansiolíticos, interferem na memória. Se as dificuldades relacionadas a essa capacidade forem muito marcantes, o médico deve ser consultado e o remédio, substituído. Medicamentos que causam uma diminuição temporária de atenção (por exemplo, anti-histamínicos) podem dificultar a memorização, mas o efeito é passageiro.
SONO
Os estímulos recebidos pelo cérebro ao longo do dia se fixam durante o sono, que forma novas associações de neurônios. Dormir menos do que o necessário ou ter pequenos despertares prejudica a memorização. Distúrbios do sono também levam a deficits de atenção nos períodos de vigília; sem atenção,novas informações não são absorvidas.
DIETA
O cozimento de carnes leva à formação de aminas heterocíclicas, as quais criam ligações irreversíveis com o DNA. O resultado é a degeneração acelerada das células nervosas, que se manifesta mais em idades mais avançadas, devido aos efeitos cumulativos. Quanto mais alta a temperatura do fogo, maior o efeito deletério, por isso grelhados e frituras não devem ser consumidos com frequência.
(Fontes: CÍCERO COIMBRA e MARTÍN CAMMAROTA, neurologistas, CÁSSIO BOTTINO, psiquiatra, e KATIA OSTERNACK, neuropsicóloga)
(RACHEL BOTELHO - Folha de S.Paulo em 19/11/2009)

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